Em 2024, o Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais completou 51 anos. Criado em 1973 e reestruturado em 1975, possuía, inicialmente, três Áreas de concentração no nível de Mestrado: Linguística, Inglês e Literatura Brasileira. Em 1993, o Programa foi desmembrado em dois: “Estudos Linguísticos” e “Letras: Estudos Literários”. Este último passou a atender pela sigla “Pos-Lit” e teve em sua implantação cinco Áreas de concentração: Literatura Brasileira (Mestrado), Literatura Francesa (Mestrado), Literaturas de Expressão Inglesa (Mestrado), Teoria da Literatura (Mestrado) e Literatura Comparada (Doutorado).

Já nesse primeiro formato, as Linhas de Pesquisa foram concebidas numa perspectiva transversal, articulando as referidas áreas entre si, garantindo ao Programa um profícuo compartilhamento do conhecimento e uma maior coerência de sua proposta. Fazia parte dessa proposta evitar Linhas de pesquisa muito específicas, oriundas de interesses particulares de pesquisa, favorecendo a criação de Linhas que pudessem abranger todas as áreas.

Foram realizadas algumas alterações ao longo do tempo, mas o modelo em si, bastante inovador na época pelo seu caráter transdisciplinar, permanece em vigor, sendo continuamente avaliado e aprimorado. Em 2013 houve a última grande reestruturação, com a confirmação de cinco Áreas de concentração - Literatura Brasileira, Literaturas Clássicas e Medievais, Literaturas de Língua Inglesa, Literaturas Modernas e Contemporâneas e Teoria da Literatura e Literatura Comparada - e seis Linhas de Pesquisas, que atravessam as mencionadas áreas, a saber, Edição e recepção de textos literários (ERTL), Literatura e Políticas do Contemporâneo (LPC), Literatura, História e Memória Cultural (LHMC), Literatura, outras Artes e Mídias (LAM), Poéticas da Modernidade (PM) e Poéticas da Tradução (PT).

Nas avaliações anteriores a 1998, o Curso sempre obteve conceito máximo, A. Na avaliação do biênio 1996-1997, o Programa foi recomendado com 6, por ser a nota maior permitida a programas considerados administrativamente como novos. Na avaliação do triênio 1998-2000, obteve a nota 7, o que se repetiu em todos os triênios posteriores e, também, no quadriênio (2013-2016). No quadriênio (2017-2020) o programa viu, pela primeira vez, sua nota descer de 7 para 6, mantendo-se, todavia, no grupo de excelência da Capes.

Ao longo de sua história, o Pós-Lit alcançou a máxima avaliação da Capes, em razão de seus projetos robustos de perspectiva institucional e internacional, como os projetos Margens/Márgenes (UFMG/UBA/UNMDP) e Acervo de Escritores Mineiros, dentre outros, o que confirmou sua referência como um programa de excelência.  Neste último quadriênio (2021-2024) o Programa formou 112 mestres e 103 doutores, tendo em dezembro de 2024 o número de 65 estudantes no mestrado e 96 no doutorado; recebeu 71 colegas de outras instituições em estágio pós-doutoral; através de seus docentes, principalmente, participou de 3 eventos por semana, em média, na Faculdade de Letras, na UFMG ou em instituições externas; apoiou a publicação de 16 obras individuais e coletivas de seus docentes com recursos do Proex/Capes; realizou tudo isso com um corpo atual de 52 docentes permanentes e 9 colaboradores, entre os quais contamos como permanentes a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart de Almeida, o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão, a presidente da Associação Internacional dos Lusitanistas, Sabrina Sedlmayer, o vice- diretor da Fale, Georg Otte, a diretora do Acervo de Escritores Mineiros, Elen de Medeiros, e a diretora do Instituto Confúcio na Fale, Miriam Piedade Mansur Andrade. Temos atualmente 19 pesquisadores de produtividade do CNPq, sendo 9 PQ1 (um 1A e um 1SR) e 10 PQ2. Além disso, temos 4 colegas em cargos de direção, Heloísa Maria Morais Moreira Penna, coordenadora de RH da Fale, Sandra Maria Gualberto Braga Bianchet, diretora do COPEVE/UFMG, Rômulo Monte Alto, coordenador do Pós-Lit e representante dos coordenadores de pós-graduação no CEPE/UFMG, e Juliana Gambogi, subcoordenadora do Pós-Lit. A nota de pesar fica para o adeus a 3 importantes colegas que nos deixaram neste quadriênio: a ex-diretora da Fale, Graciela Ravetti, falecida em 2021; Eneida Maria de Souza, em 2022, e Júlio César Jeha, recém falecido em dezembro de 2024.

Ao longo dessas cinco décadas, se levarmos em conta o período anterior ao desmembramento, o Pós-Lit adquiriu destaque e relevância na Área e consolidou um perfil próprio, reconhecido em todo o Brasil. Registre-se, igualmente, a vocação interdisciplinar e, até mesmo transdisciplinar, do Programa desde seu início, evidenciada na acolhida de docentes e discentes de outras áreas do conhecimento, de todas as partes do país.

A internacionalização faz parte regular das atividades do Pós-Lit por intermédio de convênios, projetos conjuntos e participação de professores visitantes em nossa instituição. O destino do estágio pós-doutoral da maioria de nossos docentes são preferentemente instituições parceiras no exterior.

Essa facilidade de contato, além de aumentar a projeção internacional do Programa, também afeta a política de periódicos e publicações do Pós-Lit, uma vez que a ampliação de contatos internacionais gera convites para integrar os conselhos editoriais, contribuir com artigos para determinados números temáticos ou para a organização de publicações conjuntas. Inversamente, professores do Programa recebem convites para colaborar com publicações internacionais. O Pós-Lit apoia financeiramente a três revistas “Aletria. Revista de Estudos de Literatura”, “O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira” e “Em Tese”, sendo que a administração desta última é gerenciada, de forma autônoma, pelos alunos. 

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